quinta-feira, 9 de agosto de 2007


Para meu coração teu peito basta,
para que sejas livre, minhas asas.
De minha boca chegará até o céu
o que era adormecido na tua alma.
Mora em ti a ilusão de cada dia
e chegas como o aljôfar às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência,
eternamente em fuga como as ondas.
Eu disse que cantavas entre vento
como os pinheiros cantam, e os mastros
Tu és como eles alta e taciturna.
Tens a pronta tristeza de uma viagem.
Acolhedora como um caminho antigo,
povoam-te ecos e vozes nostálgicas.
Despertei e por vezes emigram e fogem pássaros
que dormiam em tua alma.
Pablo Neruda

3 comentários:

Anônimo disse...

Neruda é o que há! Escreve com a alma. Parabéns pela escolha do texto. Abração!

Bichodeconta disse...

Bonito e bem conseguido este espaço..Parabéns, voltarei aqui sempre que o tempo me permita..Um abraço, Ell

Anônimo disse...

Oi Renato! Vim retribuir a visita e já estou aqui, pra lá de encantada... Neruda e Martha Medeiros? Te comunico que já estou fãzoca desse lugar. Se me permitir, vou te linkar lá no blog pra não esquecer o caminho. Beijão.