segunda-feira, 6 de agosto de 2007


“LITTLE BOY”, COMEMORA 62 ANOS, HOJE.

A cidade de Hiroshima, no sul do Japão, é mundialmente conhecida por ter sofrido o primeiro ataque atômico da história. A bomba atingiu a cidade na manhã do dia 6 de agosto de 1945, e a história da humanidade nunca mais foi a mesma.
Ironicamente batizada de "little boy", (garotinho, em inglês), a bomba lançada em Hiroshima é até hoje a arma que mais mortes provocou em pouco tempo. A bomba foi lançada às 8h45 e as mortes foram praticamente instantâneas. De acordo com cientistas, bastarem dez segundos para que 130 mil pessoas morressem e 80 mil ficassem feridas.
Sua potência correspondia a 20 mil toneladas de dinamite. A explosão provocou um calor de cerca de 5,5 milhões de graus centígrados, similar à temperatura do Sol.
Após um silencioso clarão, ergueu-se uma espessa núvem de poeira e fragmentos de fissão. Uma chuva formada por gotas do tanmanho de bolas de gude caiu depois da explosão. Segundo relatos da época, era uma chuva escura, formada por um líquido pastoso. Essa chuva atingiu vegetações e reservatórios de água em regiões próximas a Hiroshima.
Prédios sumiram com a vegetação, transformando a cidade num deserto. Num raio de 2 km, a partir da área sobre a qual a bomba explodiu, a destruição foi total. Milhares de pessoas foram literalmente desintegradas. Suas mortes jamais foram confirmadas em função da falta de cadáver. Quem sobreviveu teve a saúde seriamente comprometida. O calor arrancava a roupa e a pele. No total, morreram cerca de 300 mil pessoas em conseqüência do ataque. Ou as vítimas foram incineradas pelo calor, ou morreram aos poucos com os efeitos da radiação (como o câncer).
Três dias depois, em 9 de agosto de 1945, a cidade de Nagasaki também foi atacada com uma bomba atômica. Mais uma vez, os americanos batizaram-na com ironia: "fat man" (gordo). A bomba matou cerca de 70 mil pessoas e deixou 25 mil feridas. Segundo historiadores americanos, o alto-comando dos EUA ameaçou atacar Tóquio caso o Japão não se rendesse. A destruição que um ataque nuclear causaria numa das maiores cidades do mundo era incalculável.
O imperador Hiroíto não só aceitou como propôs a rendição incondicional diante da ameaça. Depois de seis anos, a sangrenta Segunda Guerra Mundial havia finalmente terminado. Embora tenha havido vários conflitos após 1945, bombas atômicas nunca mais foram usadas em guerras. As armas continuam sendo empregadas em testes, para que países exibam seu poder (como fazem Índia e Paquistão, por exemplo).
Após conhecer o potencial de destruição das bombas, potências temem se envolver em um conflito nuclear. Isso explica por que a guerra fria sempre foi um conflito de ameaças recíprocas entre Estados Unidos e União Soviética, em vez de uma guerra nuclear de fato. Mas essa é outra história.

Alexandre Bigeli é professor e jornalista

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